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Como se fazia o pão

Como se fazia o pão

A farinha que vinha do moleiro era peneirada (um alqueire 11k, para fazer pão para 8 dias) em primeiro lugar com a peneira de milho para ficarem os farelos, depois peneirada com a peneira do trigo para ficar o pó e o “Rolão” (parte mais grosseira da farinha que fica na peneira) este para juntar à farinha de milho.

Antes de amassar a farinha preparava-se o “acrescento” que era feito dos restos da massa que ficava agarrada ao alguidar, da amassadura anterior, a que juntava um pouco de farinha era guardada numa tigela com um pouco de sal para não criar bolor. No dia em que se fazia o pão utilizava-se o “acrescento” a que se juntava alguma farinha, pouca, e amassava-se. Depois de levedar, começava-se a amassar a farinha com água e um pouco de sal e o “acrescento”. De seguida a massa era colocada num tabuleiro e tapada com o “gargal” (pano branco) e em cima deste deitavam-se farelos.

Logo que os farelos se abrissem (por força da levedura) a massa estava pronta para se tender e levar a forma de cozimento. Esta metida no forno bem quente, aí permanecia uma hora, e ao fim desse tempo retirava-se o pão já cozido.

Quando se metia no forno a última forma de massa, era costume dizer-se à deste: Em Nome do Pai do Filho do Espírito Santo, Deus de acrescente para a boca da gente, e que seja eu primeiro a pôr-te o dente.

Havia um respeito muito especial pelo pão, este era tido como divino, representava o Corpo do Senhor por isso nunca podia estar na mesa de “pernas para o ar” (lar para cima). Se acontecia ao coloca-lo na mesa ficar de lar para cima, era imediatamente virado. Se caísse ao chão era junto e beijado com respeito. Nunca era espetado com um garfo. Não se dava aos porcos (estes animais eram tidos como demoníacos).

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